Tudo que você precisa saber para investir em ações | Focalise
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Tudo que você precisa saber para investir em ações

como investir em ações
Escrito por Focalise

Quem nunca quis entender como funciona o mercado de ações, não é? O que você sente quando assiste a um noticiário informando que determinada ação valorizou 400% em 12 meses, ou que a Bovespa bateu um recorde histórico?

Você tem curiosidade para entender como várias pessoas vivem apenas com dividendos? Gostaria de aprender mais sobre esse mercado tão empolgante e desafiador?

Então, está no lugar certo! Neste post, apresentaremos um guia detalhado e direcionado para que você entenda todos os conceitos que envolvem esse mercado e possa investir em ações. Acompanhe!

1. O que são ações?

Ações são ativos que representam pequenos pedaços do capital social de uma empresa. Sendo assim, ao adquirir um lote de ações, você, basicamente, está comprando um percentual de participação de uma companhia.

É como se o investidor se tornasse um sócio daquele empreendimento. Nesse sentido, quanto mais lucro ele apesentar, maior será o seu ganho.

Em outras palavras, podemos dizer que você se torna dono de uma parte da companhia, juntamente a outras pessoas físicas ou jurídicas que também detêm uma parcela do negócio. Quanto mais ações você adquirir, maior será a sua participação no patrimônio da entidade.

O dinheiro aplicado será utilizado pela gestão da empresa para investir na atividade que ela executa, de modo que proporcione um aumento na produção e na venda de seus produtos ou serviços e, consequentemente, incremente o lucro obtido.

Ao término de um período, a companhia realiza a distribuição de dividendos. Ou seja: cada um de seus acionistas (pessoas que adquiriram ações) recebe parte da lucratividade verificada, de acordo com o seu percentual de participação.

1.1 Abertura de ações no mercado

Para que os investidores tenham acesso aos ativos financeiros de uma empresa, ela deve realizar um processo conhecido como abertura de ações no mercado. Quando uma companhia necessita de determinada quantidade de dinheiro para aprimorar seus processos, ela lança uma parcela de ações que, geralmente, são divididas por lotes e disponibilizadas para que pessoas do mundo inteiro possam adquirir.

Além disso, os investidores também podem realizar a compra e a venda de ações entre eles, sem a necessidade do lançamento de papéis no mercado. Tanto a abertura de capital (ações) quanto a compra e a venda desses ativos são realizadas na bolsa de valores.

1.2 Bolsa de valores

É impossível discutir sobre ações e não mencionar a famosa bolsa de valores. Em resumo, trata-se basicamente de um mercado organizado em que são administrados e comercializados os ativos de empresas de capital aberto (ações) e outros valores mobiliários.

No Brasil, a bolsa de valores é chamada de B3. Ela surgiu a partir da fusão da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BMF) com a Bovespa — anteriormente, compunham a BM&FBovespa — e, recentemente, recebeu a empresa Cetip, formando uma gigante do mercado financeiro brasileiro, com a criação de uma instituição mais sólida.

Quando se fala nesse assunto, logo vêm à mente aquelas cenas de filmes americanos com pessoas em um salão com vários telefones, fechando negócios acirrados e disputando a melhor compra e venda de ações de um dia de pregão. Isso até pode ter existido no passado, mas, atualmente, o cenário é completamente diferente.

Hoje, toda aquela discussão acalorada, com pessoas gritando em um verdadeiro babel financeiro, foi substituído pela calmaria, tranquilidade e principalmente, segurança dos sistemas informatizados.

Por meio dos famosos Home Brokers, são realizadas todas as transações de análises técnicas, compras e vendas de ações. Falaremos mais sobre tal ferramenta ainda neste artigo.

2. Quais são os tipos de ações?

Vamos avançar um pouco mais no entendimento do conceito de ações. Além de conhecê-las desde a sua criação — na abertura de capital — e entender suas formas de comercialização na bolsa de valores, você também precisa distinguir os tipos existentes no mercado financeiro.

2.1 Ações Ordinárias (ON)

As ações ordinárias são papéis que garantem ao possuidor o direito de voto nas decisões tomadas pela direção da companhia. Ou seja: além de receber os dividendos da entidade, você também poderá participar de suas deliberações.

No entanto, um pequeno investidor, por mais que tenha acesso a tipo de ação, pode ter pouca (ou nenhuma) expressividade em seu voto. Já as pessoas que têm um grande número de papéis ganham, consequentemente, mais participação no capital da companhia. Portanto, a aquisição desses ativos pode não ser muito vantajosa.

Apesar de parecer uma posição interessante, o possuidor de ações ordinárias (ON) não é o primeiro a receber os dividendos da empresa e, em alguns casos, pode ocorrer de seus ganhos serem inferiores aos dos portadores de ações preferenciais. Mas esse é um assunto para o nosso próximo tópico.

As ações ordinárias são identificadas pelo código 3. Um lote de papéis da empresa Ambev, por exemplo, tem a seguinte descrição: ABEV3.

2.2 Ações Preferenciais (PN)

As Ações Preferenciais, como o próprio nome sugere, têm preferência na distribuição de dividendos realizada pela companhia, mas não dão direito a voto para seus possuidores. Além disso, costumam ter uma liquidez maior do que a modalidade anterior, pelo fato de serem mais negociadas na bolsa.

Os ativos classificados como preferenciais, assim como exemplificado anteriormente, são identificados pelas letras da empresa seguidas de um numeral. Nesse caso, é inserido o código 4 de negociação, como, por exemplo: Petrobras (PETR4).

As ações preferenciais ainda podem ser divididas por classes que, geralmente, são diferenciadas pelas letras A, B ou C. Cada uma delas tem seus próprios direitos e restrições, principalmente quanto ao recebimento de dividendos.

Ainda existe mais uma subdivisão de ações preferenciais. As chamadas UNITS costumam ser representadas pelo número 11 (BBTG11).

Basicamente, elas são consideradas um ativo composto, possibilitando que o investidor negocie diferentes tipos de ações em um mesmo conjunto, usando o mesmo código. Uma UNIT pode ser composta por uma ação preferencial e outra ordinária da mesma companhia.

3. Qual é o valor mínimo para investir na bolsa de valores?

Contrariando a ideia de muitas pessoas, não existe um valor mínimo para iniciar o investimento em ações. No entanto, muitos investidores fazem recomendações para começar a aplicação em ativos comercializados na bolsa de valores.

Alguns especialistas estabelecem determinados valores mínimos iniciais. Mas essa não é uma regra que todos devem seguir, até porque os conceitos variam bastante de acordo com a experiência e o entendimento de cada estudioso do mercado.

Portanto, é fundamental que você faça uma análise sobre o montante que investirá inicialmente. É importante que o aporte inicial proporcione uma rentabilidade que não seja inferior às taxas e contribuições que incidem sobre os ativos financeiros. Ainda neste artigo, vamos falar sobre essas questões.

4. Qual é o passo a passo para investir em ações?

Entendidos todos esses conceitos, é chegado o momento mais esperado desta leitura: o passo a passo para investir em ações. Neste tópico, você entenderá exatamente como funciona todo o processo, bem como as várias opções que o mercado oferece. Mas, primeiro, vamos apresentar as formas de adquirir ações existentes na atualidade.

Inicialmente, temos os Fundos de Investimento. Essa modalidade funciona basicamente como um condomínio, em que cada um dos investidores tem uma cota correspondente ao total de ações adquiridas no fundo. Com os valores aplicados pelos integrantes, são realizadas as operações de compra e venda no mercado financeiro.

Assim, diante de um lucro, o administrador do fundo — que deve ser uma pessoa habilitada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) — faz a partilha do resultado a todos os membros, sempre de acordo com o percentual de participação de cada um.

Em segundo lugar, temos os Clubes de Investimento. Eles têm características semelhantes às dos fundos descritos anteriormente, porém com menos formalidade. Geralmente, são formados por grupos de amigos e familiares, podendo ser compostos por entre 3 e 50 pessoas.

Diferentemente do exemplo anterior, nesse caso não é necessária a intervenção de um gestor, mas sim de um simples representante que emita as ordens de compra e venda das ações. Há, portanto, uma maior liberdade dos participantes quanto aos ativos que serão adquiridos.

Por fim, a última forma de comprar ações é a individual. Nessa modalidade, o próprio investidor controla as ordens de compra e venda de seus ativos. Para tomar as decisões, ele conta com o auxílio dos analistas de sua corretora, que o ajudam a identificar as melhores oportunidades de negócio no mercado financeiro.

Sendo assim, o passo a passo que desenvolvemos a seguir se aplicará com maior efetividade ao comprador individual, uma vez que ele será o responsável por todas as etapas — desde a procura de ativos até a compra e venda. Confira!

4.1 Abrir uma conta na corretora

O primeiro passo para investir em ações é abrir uma conta em uma corretora. Essas empresas são indispensáveis para que uma pessoa possa ingressar no mercado financeiro, independentemente se ela deseja apenas obter um acréscimo de renda ou viver da bolsa de valores.

As corretoras têm a função de comprar e vender ações. Elas fazem o intermédio da negociação entre o investidor adquirente e a empresa detentora do título (ou outras pessoas físicas e jurídicas que pretendam comercializar seus papéis).

Tais empresas devem ser autorizadas pelo Banco Central do Brasil e são fiscalizadas pela CVM. Todo esse cuidado é tomado para proteger o patrimônio e os investimentos das pessoas que confiam a compra de ativos a elas.

As corretoras também disponibilizam o sistema Home Broker, já mencionado em um tópico anterior. Por meio dele, o investidor realiza todas as transações que, anteriormente, só eram possíveis por telefone ou outro meio de comunicação direta com os analistas.

Além de proporcionarem maior agilidade, comodidade e segurança, as transações realizadas por meio da plataforma costumam ter taxas de corretagem, administração e custódia mais baixas do que as opções convencionais.

4.2 Transferir dinheiro para a conta na corretora

O próximo passo para investir em ações é enviar o dinheiro para a corretora. Cada usuário terá uma espécie de conta na empresa selecionada: esse é o local em que os recursos serão disponibilizados para compra e também onde os lucros obtidos nas operações de compra e venda ou de recebimento de dividendos serão depositados.

Também é importante ter uma conta corrente em alguma instituição bancária. Isso porque os valores existentes na corretora só poderão ser acessados mediante uma transferência bancária para outra contra do mesmo CPF registrado.

4.3 Analisar, comprar e vender

O último passo é o conjunto das próprias ações de análise, compra e venda de ações na bolsa de valores. Nessa etapa, você poderá contar com o auxílio dos analistas de sua própria corretora, bem como contratar uma assessoria de investimentos particular.

Em ambos os casos, os profissionais fornecerão dados detalhados e precisos sobre as melhores oportunidades de negócio no mercado financeiro. Basta que você analise e tome a decisão de acordo com os seus objetivos e, principalmente, respeitando seu perfil de investidor e suas disponibilidades financeiras.

5. Quais taxas e tributações há no investimento em ações?

Como você já deve ter percebido, surge uma série de taxas e contribuições a partir do momento em que um investidor ingressa no mercado de ações. Muitos negligenciam essa questão, mas é crucial ficar atento a elas, pois uma simples falha na análise de tais gastos pode prejudicar severamente a rentabilidade de sua aplicação.

Basicamente, existem 5 tipos de tarifas diferentes, sendo elas:

  • taxa de administração: cobrada anualmente em fundos e clubes de investimento, ela é calculada em relação ao montante aplicado e cobrada proporcionalmente ao período em que o investidor realizou movimentações;
  • taxa de corretagem: aplicada cada vez que uma pessoa emite uma ordem de compra e venda;
  • taxa de custódia: coletada a cada mês, em decorrência do serviço de guarda das ações;
  • taxa de emolumentos: paga diretamente à bolsa de valores e calculada proporcionalmente ao valor que envolve a compra e a venda de ações;
  • taxa de performance: aplicada quando os fundos de investimento superam a rentabilidade esperada.

Com relação a essas taxas, é fundamental ter atenção a um detalhe básico: exceto a de emolumentos, que é paga diretamente à bolsa de valores, as demais podem variar muito de acordo com a corretora selecionada. Sendo assim, você deve avaliar, com muito cuidado, todos os custos cobrados pela empresa de corretagem que deseja contratar.

6. Quais são os riscos do mercado de ações?

Apesar da facilidade de acesso e do grande potencial lucrativo, não há como discutir sobre o mercado de ações sem apontar os riscos que esse tipo de investimento oferece. De fato, trata-se da modalidade de aplicação com maior probabilidade de prejuízos, mas não é nada de tão assustador quanto algumas pessoas pintam por aí.

Neste tópico, vamos mostrar, de forma bem detalhada, quais são os verdadeiros riscos desse mercado, bem como as estratégias que você pode adotar para diminuir as possibilidades de fracasso ao comprar e vender ações. Asompanhe:

6.1 Risco de liquidez

O risco de liquidez é basicamente a dificuldade que alguns investidores podem encontrar ao tentar vender rapidamente um lote de ações. Esse problema pode ser consideravelmente reduzido se você adquirir títulos de empresas mais sólidas, uma vez que tal tipo de ativo costuma ter bastante demanda na bolsa de valores e, consequentemente, uma boa liquidez.

6.2 Risco de mercado

Os riscos de mercado estão relacionados às variações econômicas externas, que fogem do controle da empresa. Variações na inflação, crise política e instabilidades financeiras em cenário nacional ou internacional são algumas das questões de mercado que afetam as ações e aumentam o risco.

Nesse contexto, não há uma forma efetiva de se precaver. Sendo assim, o essencial é que o investidor sempre fique atendo às oscilações do mercado e tenha cuidado ao adquirir ou vender determinado número de ativos em momentos de instabilidade econômica.

Em situações como essa, é sempre bom poder contar com a ajuda dos analistas de sua corretora, bem como de outros profissionais experientes no assunto, que já tenham passado por situações semelhantes e saibam exatamente como agir.

Por mais que a economia pareça completamente desestabilizada e o investimento em ações, uma atividade de alto risco, um investidor precisa saber que momentos difíceis são passageiros e podem se tornar uma grande oportunidade no futuro, quando tudo voltar ao normal.

Não são raros os exemplos de pessoas que adquiriram títulos de instituições que, apesar de passarem por períodos de dificuldades, sempre foram sólidas e lucrativas. Assim, quando a instabilidade cessar, grandes e rentáveis oportunidades começarão a aparecer.

6.3 Risco da empresa

Outro fator de risco que deve ser analisado é aquele ligado diretamente à empresa. No entanto, ele pode ser facilmente evitado: basta fazer uma avaliação aprofundada das demonstrações contábeis publicadas pela instituição.

Portanto, você precisa analisar o Balanço Patrimonial, a Demonstração de Resultados e outros índices, como o de rentabilidade, de endividamento e o Ebitda, que mostra o potencial de geração de caixa de uma companhia.

A análise dessas demonstrações contábeis e administrativas pode dizer muito sobre a saúde financeira de um empreendimento, bem como quanto à sua projeção para o futuro. Trata-se de ferramentas essenciais no combate ao risco da empresa.

6.4 Risco da corretora

Como mencionamos, a atuação de uma corretora é algo obrigatório na intermediação entre os investidores e as empresas nas operações de compra e venda de ações. Mas você já parou para se perguntar: “se a corretora quebrar, o que acontece com os meus investimentos”?

Não acontecerá nada com os títulos que você tem. No entanto, caso você tenha saldo livre na conta, o judiciário poderá confiscar os valores temporariamente, até que o processo de fechamento da empresa seja finalizado. Trata-se de algo muito incomum, mas existe a possibilidade de ocorrer.

7. Quais as vantagens de se investir em ações?

Para finalizar este artigo, vamos mostrar as principais vantagens do investimento em ações. Continue lendo!

7.1 Tempo livre e mais dinheiro

O maior benefício do investimento no mercado financeiro é ter mais tempo livre para se dedicar à família, aos amigos, para cuidar da saúde ou de outros projetos pessoais. Isso é possível, pois, com o passar dos anos, as ações começam a proporcionar um retorno financeiro sem que o investidor tenha que fazer muito esforço.

Basicamente, é como se o seu dinheiro fosse um escravo — e não o contrário, como muitas pessoas vivem —, proporcionando ganhos financeiros e aumentando cada vez mais (em um ciclo contínuo que pode, inclusive, se tornar interminável).

Porém, para alcançar esse nível, você precisará investir tempo estudando e aplicando conceitos importantes, como os que você está aprendendo neste artigo. Além disso, sempre é indicado contar com o apoio de profissionais especializados no assunto.

7.2. Independência financeira

A independência financeira é outro benefício que surge, com o tempo, a partir do momento em que você decide investir em ações. Sabemos que o mercado de aplicações é muito rentável e pode proporcionar ganhos recorrentes para quem investe, sendo que algumas pessoas até mesmo vivem com a renda obtida.

Nesse contexto, as ações surgem como uma das modalidades que têm o maior potencial lucrativo. Sendo assim, a independência financeira pode ser alcançada de forma mais rápida e efetiva para quem decide se aventurar nesse mercado, desde que se tenha as ferramentas corretas, conhecimento e suporte técnico adequado.

7.3 Oportunidade para investidores com recursos menores

Como já mencionamos anteriormente, não existe um valor mínimo para que você possa realizar os investimentos em ações. Portanto, até mesmo uma pessoa com recursos financeiros baixos pode investir na bolsa de valores e começar a obter bons rendimentos,

Mesmo havendo essa possibilidade, é fundamental que o investidor sempre aumente o capital investido, de modo a poder obter os outros dois benefícios que mencionamos neste tópico.

Outro detalhe importante é ter atenção quanto às taxas cobradas, pois, em alguns casos, é possível que elas sejam maiores do que a rentabilidade obtida no investimento. Antes de realizar a aplicação, verifique se a projeção de lucro é superior a tais despesas.

Com as dicas acima, você tem em mãos um guia sobre como ingressar nesse mercado tão empolgante e lucrativo, obter um grande sucesso e, consequentemente, conquistar ganhos diversos com a venda ou distribuição de dividendos.

E então? Está pronto para investir em ações? Ainda tem alguma dúvida sobre como ingressar nesse fabuloso mercado? Entre em contato conosco — temos uma equipe especializada e preparada para atender a todas as suas necessidades! 

Sobre o autor

Focalise

A Focalise surgiu da necessidade dos investidores em ter um ambiente para o debate, educação e apoio às decisões no mercado de capitais.

Buscamos informar, orientar, educar e oferecer serviços que facilitem o entendimento e a identificação das oportunidades de investimentos.

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