Fonte: XP Investimentos.
O Ibovespa teve uma queda acelerada na tarde desta quarta-feira (11), o que provocou o segundo circuit breaker da semana, com sentimento deteriorado e expectativa de impactos econômicos negativos devido ao coronavírus.
No começo da tarde, inclusive, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o coronavírus como uma pandemia.
Por volta das 15h17 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 10,11%, aos 82.887 pontos.
Na última segunda-feira (9), a B3, Bolsa oficial do Brasil, já havia acionado o circuit breaker, após cair 10% durante a manhã.
Em tempos de plena instabilidade, desencadeada no cenário atual por causa do surto do coronavírus, esse mecanismo é utilizado pelas Bolsas para controlar a volatilidade excessiva no pregão.
O que é Circuit Breaker?
Toda vez que o índice da Bolsa brasileira bate 10%
de queda, as negociações são interrompidas por 30 minutos. E o Circuit Breaker
pode ocorrer várias vezes em um dia se o desempenho negativo continuar.
Caso a negociação seja reaberta e o índice caia 15%, o mercado é fechado
novamente, mas desta vez por uma hora. E, por último, caso a queda seja de 20%
em relação ao índice de fechamento do dia anterior, os mercados podem ser
interrompidos por qualquer prazo definido pela B3.
A lógica é basicamente a mesma de um disjuntor que evita um incêndio. Por exemplo, caso o sistema elétrico de uma casa esteja prestes a ter um curto-circuito, o disjuntor desligará a energia automaticamente. No caso, o Circuit Breaker seria o disjuntor para não deixar que a Bolsa entre em colapso.
Mas por que a Bolsa caiu 10%?
O Ibovespa tem tido quedas expressivas nas duas últimas semanas, seguindo o movimento dos mercados globais que sofrem com as incertezas em relação aos impactos do coronavírus.
No último fim de semana, investidores esperavam notícias mais positivas, mas foram surpreendidos pela guerra de preços no petróleo originada pela Arábia Saudita e pelo anúncio do governo da Itália, que decidiu colocar em quarentena mais de 16 milhões de pessoas no Norte do país.
Dessa forma, os mercados operaram na segunda-feira em fortes baixas. Os futuros do S&P500 nos Estados Unidos chegaram a negociar na mínima permitida para variação diária, que é de -5%.
A busca por ativos de menor risco seguiu forte, com toda a curva de títulos americanos negociando abaixo de 1% e o mercado passando a precificar que o Banco Central dos Estados Unidos (Fed) baixasse juros já para próximo de 0% nas próximas reuniões. O Ouro continuou subindo, com alta de +0,3%, cotado a US$1.677/onça.