Todo investidor sabe que anos eleitorais exigem uma atenção especial na hora de aplicar o seu dinheiro. Afinal, as incertezas e expectativas associadas a esses períodos costumam causar reflexos na economia, tornando a tarefa de investir cercada de mistérios.
Além desse quadro habitual, as eleições gerais desse ano contam com ainda mais particularidades que devem ser avaliadas pelos investidores. Desde a incerteza sobre os candidatos até as expectativas das economias internacionais pelo resultado, diversos fatores relacionados à disputa já vêm causando impactos no nosso mercado financeiro.
Continue lendo este post para entender melhor como a economia em 2018 será influenciada pelas eleições. Acompanhe!
Nosso cenário econômico atual
Após atravessarmos aquela que foi considerada a pior crise econômica do país, já é possível dizer que vivemos um momento de recuperação econômica. Segundo a prévia do PIB divulgada em fevereiro pelo Banco Central, a economia brasileira cresceu cerca de 1,04% no último ano, o que é uma boa notícia para quem investe.
Essa retomada convive, no entanto, com um ambiente de profunda instabilidade que toma conta do contexto político do país. Tal crise institucional dificulta os planos econômicos do governo, que envolvem reformas que seriam bem aceitas pelo mercado financeiro — ainda que algumas delas tenham sido implementadas.
Sem dúvidas, os dias atuais são melhores para se investir em comparação com alguns anos atrás. No entanto, o que se espera é que o resultado das eleições ajudem a solidificar o movimento de recuperação, oferendo mais certezas e garantias no campo econômico.
Visão do mercado sobre os candidatos
A indefinição a respeito dos candidatos que participarão da corrida presidencial é mais um elemento que acaba refletindo nos ânimos do mercado. Entre nomes especulados e candidaturas que dependem de decisão judicial, a disputa pelo cargo máximo da nação continua aberta.
Mesmo assim, muitos dos possíveis concorrentes já são conhecidos do eleitorado. Quem também está de olho nisso são os investidores, que precisam levar em conta o impacto que cada possível cenário teria em suas aplicações.
Crítico das políticas reformistas, o ex-presidente Lula é um forte candidato, mas ainda é preciso esperar pela decisão da justiça sobre seu enquadramento na Lei da Ficha Limpa para garanti-lo na disputa. No entanto, visão semelhante à de Lula é compartilhada por grande parte dos políticos da esquerda, que tendem a aumentar os gastos públicos em busca de reaquecimento econômico, provocando apreensão no mercado financeiro.
Do outro lado do espectro político, a situação não é muito diferente. O deputado Jair Bolsonaro, candidato que é um dos atuais expoentes da direita, não parece apresentar um plano econômico bem definido, o que também gera dúvidas e incertezas em torno de seu nome.
Para os analistas, o principal desafio do próximo presidente é corrigir o desequilíbrio fiscal dos cofres públicos, reduzindo gastos e aumentando a eficiência da gestão. A ideia é que medidas assim tornam o país mais atrativo aos investimentos e permitem um crescimento sustentável.
Portanto, candidatos que tenham esse perfil são vistos com bons olhos pelos agentes financeiros. Dessa forma, as maiores expectativas do mercado são depositadas em nomes mais ao centro e que pretendem adotar uma política econômica de viés liberal.
Expectativas da bolsa de valores
Os rumos que a economia poderá tomar em cada caso indicam também o comportamento esperado da bolsa de valores. Por isso, as previsões de analistas dão conta de que a eleição de Lula ou um de seus pares acarretaria em uma queda no índice da bolsa, o Ibovespa.
Situação semelhante foi observada em 2002, quando o petista venceu as eleições. Um mês antes da votação, quando sua vitória já era indicada pelas pesquisas, o receio dos investidores institucionais fez com que o índice despencasse 17%. Recentemente, a confirmação de sua condenação em segunda instância foi suficiente para provocar uma alta de 3,72% na bolsa, recorde para um único dia em um ano.
Cenário semelhante é projetado no caso de vitória de Bolsonaro, que aparece em segundo lugar em diversas pesquisas. Afinal, candidatos que não apoiarem seus programas econômicos na necessidade de controle das contas públicas dificilmente conquistarão o apreço dos investidores da bolsa.
A esperança desses investidores é que a alta taxa de rejeição desses que são considerados políticos tradicionais pese na disputa. Isso daria espaço a candidatos que possuem planos econômicos mais alinhados com a realidade do mercado, o que se traduziria em maior estabilidade na bolsa de valores.
Pesquisas eleitorais ajudam a traçar planos
As pesquisas de intenção de voto são uma tradição em nossa cultura eleitoral. Seus prognósticos costumam causar reflexos na economia, que se projeta de acordo com os candidatos mais bem cotados. Isso quer dizer que elas servem como excelentes termômetros para medir o aquecimento do mercado, ajudando o investidor a traçar os planos para cada cenário.
Com as pesquisas indicando o ex-presidente Lula na primeira colocação, é importante que os investidores liguem o sinal de alerta. Se sua candidatura for confirmada, o ideal é que se busque maneiras de proteger os investimentos, realocando recursos para ativos de renda fixa de baixo risco.
Um possível cenário de eleições sem o petista é mais esperado pelo mercado financeiro, já que as chances de candidatos mais simpáticos a uma agenda econômica liberal crescem. Isso tornará o mercado mais atraente para investimentos mais arrojados, pois a confiança dos investidores estará em alta.
No momento, as indefinições tornam difícil a missão de identificar os rumos da economia em 2018 por meio das pesquisas. Contudo, essas possibilidades ficarão mais claras a partir do momento que se definirem as candidaturas, fazendo desses registros um instrumento fundamental para planejar os investimentos.
Estudos focados no mercado financeiro
Além das pesquisas de intenção de voto, é possível se valer de estudos com foco no mercado financeiro visando desenvolver as estratégias para esse ano. Na visão dos investidores institucionais, os melhores cenários para a economia se desenharão com a vitória de um candidato com perfil reformista.
Também interessam aos investidores aqueles candidatos que visam se cercar de nomes qualificados em seu governo, buscando se livrar das amarras da política tradicional. Por isso, quanto mais terreno esses postulantes à presidência ganharem na corrida, mais favorável o mercado se tornará para quem investe.
Apesar de muitas questões ainda precisarem de resposta, está claro que as eleições ainda mexerão muito com a economia em 2018. Agora que você já sabe a importância de se preparar para escolher as melhores oportunidades no nosso mercado, confira as razões pelas quais você deve iniciar seus investimentos no exterior!