A condução da economia tem grande impacto sobre o país, como um todo, e também sobre as aplicações financeiras. Crescimento do PIB, taxa básica de juros, inflação, tudo isso influencia no rendimento dos investimentos.
Por isso, é importante conhecer a equipe econômica do governo, saber quem são as pessoas que a compõem, qual a sua formação, linha de pensamento e também o que foi feito até o momento.
Neste artigo, vamos apresentar um pouco da história do ministro da Economia, Paulo Guedes, e dos principais nomes que formam a equipe econômica do governo. Acompanhe!
Quem é o ministro da Economia?
Neste governo foi promovida uma fusão de quatro ministérios: Fazenda, Desenvolvimento, Comércio Exterior e uma parte do Ministério do Trabalho. O objetivo era concentrar as decisões para tentar aprovar itens importantes para a agenda nacional, como a reforma da Previdência.
Paulo Guedes é o ministro da Economia e principal mentor da política econômica do governo. É economista com Ph.D. pela Universidade de Chicago, alinhada ao liberalismo, isto é, à ideia de que a intervenção do Estado sobre a economia deve ser mínima.
O ministro fez carreira no setor privado, tendo sido membro do conselho de administração de diversas empresas, como a PDG Realty, a Localiza e a Anima Educação. É fundador do Instituto Millenium, um think tank voltado para o pensamento econômico liberal.
Foi professor de economia da PUC-Rio, da FGV e do IMPA (Instituto de Matemática Pura e Aplicada), além de ter sido sócio majoritário do Ibmec.
Quem são os demais componentes do núcleo econômico?
Como concentrou várias pastas, o Ministério da Economia conta com diversas secretarias com funções importantes, além de outras áreas estratégicas. Veja, abaixo, quais são e os principais nomes de cada uma delas.
Secretaria-executiva
O número 2 do Ministério da Economia é o secretário-executivo, Marcelo Guaranys, que fez carreira no setor público, como servidor do Tesouro Nacional. Já ocupou cargos no Ministério da Fazenda, na Casa Civil e foi diretor da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). É graduado em economia e direito, e tem mestrado em direito público.
Secretaria da Fazenda
Na Fazenda, o secretário especial é Waldery Rodrigues Júnior, que veio do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). No Ministério da Fazenda, já atuou na Secretaria de Política Econômica. É graduado em engenharia pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), mestre em economia pela Universidade de Michigan e pela UnB (Universidade de Brasília), além de doutor em economia pela UnB.
Esteves Colnago é um dos nomes que Paulo Guedes incorporou da equipe do ex-presidente Michel Temer. No governo passado, ele foi ministro do Planejamento e, agora, ocupa o cargo de secretário-adjunto na Fazenda. Também servidor público de carreira, é analista do Banco Central desde 1998 e já atuou no Tesouro Nacional. Mestre em ciências econômicas pela UnB, é especialista em contabilidade pública.
No Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, que já ocupava o cargo no governo Temer, foi mantido. Também oriundo do Ipea, é graduado em economia pela Universidade Federal do Ceará e mestre em economia pela USP (Universidade de São Paulo). Chegou a cursar o doutorado em Políticas Públicas no MIT (Massachusetts Institute of Technology), mas não defendeu a tese.
Secretaria da Produtividade, Emprego e Competitividade
Carlos da Costa ocupa o cargo de secretário-especial nessa área. Costa já foi diretor do BNDES, onde era responsável pelas divisões de planejamento e de crédito, tecnologia e informação, além do departamento de comunicação do banco. É graduado em economia pela Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e tem mestrado pela UCLA (Universidade da Califórnia, Los Angeles).
Outro nome importante nessa área é o de Caio Megale, que ocupa o posto de secretário de Indústria, Comércio e Inovação. Na gestão de João Doria, foi secretário da Fazenda da Prefeitura de São Paulo. Megale fez carreira no setor privado, especialmente no mercado financeiro. É formado em economia pela USP, com mestrado na PUC-Rio. Também, atuou na área acadêmica, como professor da PUC-Rio e do Ibmec-São Paulo.
Secretaria da Previdência
A Secretaria da Previdência é estratégica para o governo, que tenta aprovar no Congresso uma reforma para o sistema previdenciário do país. À frente dela está Rogério Marinho, que, como deputado federal, foi relator da reforma trabalhista aprovada no governo Temer.
Banco Central
Roberto Campos Neto ocupa a presidência do Banco Central. Com carreira no mercado financeiro, é também neto do economista Roberto Campos, expoente do pensamento liberal e defensor do Estado minimalista. Formou-se em economia pela Universidade da Califórnia e tem especialização em economia.
O que se espera da equipe econômica do governo e o que já foi feito?
Dado o perfil da equipe econômica e a linha sinalizada durante a campanha eleitoral, a expectativa é que se siga um caminho liberal na economia. Isso significa, entre outras coisas, promover uma desburocratização que ajude o ambiente de negócios.
Além disso, espera-se que a equipe econômica consiga sanar as contas públicas, equacionando receitas e despesas. Nesse sentido, uma das medidas mais importantes é a aprovação da reforma da Previdência. A ideia é reduzir o déficit da previdência social, para que o pagamento de benefícios de aposentados e pensionistas não onere tanto o orçamento da União.
Dessa forma, o governo teria recursos para investir em áreas estratégicas para o crescimento do país, como infraestrutura e educação. Compare, por exemplo, o país com um negócio da iniciativa privada. Imagine que você, como gestor, é responsável também por pagar as aposentadorias dos seus funcionários.
Enquanto os funcionários estão na ativa, eles contribuem com um percentual do salário deles que banca o benefício de quem já está aposentado. Conforme os anos se passam, mais e mais funcionários se aposentam e o número de beneficiários aumenta em relação ao dos que estão na ativa. Além disso, como as pessoas vivem cada vez mais, os aposentados recebem por mais tempo.
Sendo assim, ao longo do tempo, o valor pago pelos que estão na ativa deixa de ser suficiente para pagar os aposentados e esse déficit fica cada vez maior. Não vai demorar muito para ele consumir todo o seu orçamento e seu negócio quebrar, certo? Em uma escala muito maior e mais complexa, não é muito diferente do que está ocorrendo com o país.
Por isso, a aprovação da reforma da Previdência foi eleita a prioridade na área econômica. O texto do governo está em tramitação no Congresso Nacional e, em abril de 2019, foi aprovado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados. Depois disso, a matéria precisa ser aprovada em uma comissão especial na Câmara e depois no plenário da Casa.
Após a aprovação na Câmara, será enviada para o Senado, onde também terá que passar pela CCJ dessa Casa e, depois, por votação no plenário.
Agora, você já conhece o perfil da equipe econômica do governo e qual caminho ela pretende trilhar. É importante acompanhar sempre o andamento dessa área, que tem grande impacto sobre os negócios e deve ser considerado no seu planejamento financeiro pessoal.
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