Ainda vale a pena investir em ações na bolsa de valores? | Focalise
Renda Variável

Vale a pena investir na Bolsa de Valores?

Vale a pena investir na bolsa
Escrito por Focalise

A Bovespa fechou 2016 com alta de 38,9%, após 3 anos de queda. Não foi por acaso que os investidores internacionais começam a olhar o mercado acionário nacional com atenção.
Será que ainda vale a pena investir na Bolsa de Valores?

Por aqui, entretanto, muitos brasileiros ainda desconhecem como funciona o mercado de ações, na bolsa de valores (existem apenas 575 mil investidores cadastrados). O grau de risco envolvido e as estratégias para multiplicar patrimônio aplicando em renda variável também são temas obscuros para a maioria dos cidadãos do país.

Enquanto uns pecam pelo desconhecimento, outros lucram com estratégias inteligentes de investimento. Você sabia, por exemplo, que as ações da Vale (VALE3), até este momento, valorizaram incríveis 1.424% nos últimos 20 anos?

Se você é um dos que não conhece o mercado de ações, mas cansou da caderneta de poupança e está em busca de aplicações com maior potencial de rendimento, este artigo foi feito para você! Leia e entenda melhor!

Ações? Bolsa de valores? Qual o papel das corretoras?

A bolsa de valores é o ambiente no qual os investidores negociam a compra/venda de ações de capital aberto. A bolsa representam então uma forma de participação na empresa, de forma que, quando você compra esses ativos, torna-se um acionista dela.

As ações são negociadas por meio das corretoras de valores habilitadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Para começar a negociar ações na bolsa de valores, você precisa fazer um cadastro em alguma corretora (enviando dados e cópias de documentos).

A partir daí, você terá acesso a uma plataforma eletrônica chamada Home Broker, sistema pelo qual é possível enviar ordens de compra e venda, visualizar o book de ofertas de cada ativo, acessar gráficos, etc.

Quais os prós e contras de investir em ações na bolsa de valores?

Entre as vantagens de comprar ações, o alto potencial de retorno é a mais importante. Nesse contexto, a bolsa de valores é ótima opção especialmente para quem tem foco no longo prazo e investe apenas nas empresas com bons fundamentos (em expansão, com baixo índice de endividamento, boa margem de lucro, entre outras varáveis da análise fundamentalista).

Vale fazer um adendo aqui para lembrar que existem diversas estratégias para estudar o mercado acionário e decidir quais ações comprar/vender.

As duas mais famosas são a análise gráfica (também chamada de análise técnica, que compara o movimento dos preços ao longo do tempo) e a análise fundamentalista (que estuda a saúde financeira da empresa com base em demonstrativos de resultado e indicadores financeiros/contábeis).

Bom, mas vamos voltar ao assunto. Entre as vantagens de investir em ações, destacam-se:

  • isenção de imposto de renda para transações de vendas mensais de até R$ 20 mil (exceto day-trade);
  • possibilidade de investir pequenas quantias;
  • alto potencial de rentabilidade;
  • possibilidade de diversificar sua carteira, reduzindo riscos.

Quanto às desvantagens:

  • risco mais elevado do que os investimentos de renda fixa;
  • necessidade de estudo constante para entender as flutuações do mercado acionário;
  • alta volatilidade.

Como comprar ações?

Você pode comprar ações por três formas:

a) Fundos de investimentos: uma espécie de condomínio que reúne recursos de diversos investidores e é administrado por um gestor especializado e certificado pela CVM.

b) Clubes de investimento: mais informal, trata-se da simples junção de recursos de pessoas físicas — mínimo três, máximo 50 participantes. Não necessita de um gestor certificado pela CVM, apenas de um representante para emitir as ordens de negociação.

c) Individualmente: livre compra/venda direta de ações por um investidor singular, via Home Broker.

Quais sinais indicam que devo comprar ações na bolsa de valores?

Veja o que pode definir se vale a pena investir na Bolsa de Valores:

1. Conjunta macroeconômica pode favorecer alguns setores

A sinalização recente do Banco Central de manter a tendência de queda na Selic (aliada ao controle inflacionário) representa uma possibilidade cada vez mais clara de redução no juros real do país (que ainda tem a 3ª maior taxa do mundo). Mas o que isso tem a ver com investir em ações na bolsa de valores? Tudo.

Juro real menor significa mais crédito na economia e menos custo de capital para as organizações, conjecturas que favorecem a recuperação de alguns setores (como bancos e varejo) e, por consequência, melhoram a performance de alguns ativos em bolsa. 

2. Bolsa brasileira está “barata”

Uma das maneiras mais fáceis de saber se uma ação está barata ou cara é analisar a relação entre o valor de mercado da companhia e seu valor patrimonial (preço/valor patrimonial).

Quanto menor essa relação, mais barata a empresa pode estar. Em outras palavras, se o resultado dessa divisão for um valor menor que 1, há indício inicial de que o ativo esteja “barato”.

Obviamente, esse indicador não deve ser estudado isoladamente, mas em conjunto com outras variáveis. De todo modo, quem analisa algumas ações na bolsa de valores não demora a encontrar diversos ativos com o “múltiplo P/VPA” abaixo de 1.

A Revista Exame listou, em junho de 2017 ações possivelmente subvalorizadas no setor de siderurgia e metalurgia, tais como Usiminas (USIM5 – 0,35x) e Gerdau (GOAU4 – 0,47x).

3. Viés reformista do governo traz mudanças relevantes no mercado

A notícia de que o Ministério das Minas e Energia vai propor a privatização da Eletrobras (ELET3) fez com que os papéis ordinários da empresa subissem 48,94% em um único dia (as ações preferenciais – ELET6 – registraram alta de 32,36%). A redução no percentual de subvenções e a possibilidade de redesenho da política de preços trazem boas perspectivas para quem gosta de investir nas ações defensivas do setor elétrico.

4. Algumas empresas passaram intocáveis pelo furacão da crise

Por razões diversas, muitas ações na bolsa de valores ignoraram a tempestade da crise econômica e registraram recordes de desempenho, em plena era de crédito curto, desemprego e retração na indústria.

A própria AMBEV, por exemplo, conseguiu aumentar seu lucro anual de 12,9 para 13,1 bilhões e, assim, viu seu valor de mercado aumentar em R$ 7 bilhões.

Quem também tem o que comemorar nesse 1º semestre é a Fibria, que no mesmo mês de maio, registrou aumento de R$ 4,25 bilhões — fruto da vigência de uma nova política de preços no exterior.

Sim, muita gente saiu da bolsa de valores nos últimos anos, perdendo a oportunidade de lucrar com a crise. Os papéis da Magazine Luiza, por exemplo, acumularam alta de quase 500% em 2016.

Imagine se você tivesse uma carteira de investimentos de R$ 500 mil, com 10% de seu patrimônio posicionado no início de 2016 em MGLU3: você terminaria o ano com R$ 250 mil de lucro apenas com esse ativo. De fato, enquanto uns choram, outros vendem lenços.

Então, você acha que vale a pena investir na Bolsa de Valores?

E por falar nisso, você já teve alguma experiência comprando ações na bolsa de valores? Tem vontade, mas ainda fica receio de perder dinheiro? Aproveite para compartilhar suas experiências e expectativas com nossa equipe!

Sobre o autor

Focalise

A Focalise surgiu da necessidade dos investidores em ter um ambiente para o debate, educação e apoio às decisões no mercado de capitais.

Buscamos informar, orientar, educar e oferecer serviços que facilitem o entendimento e a identificação das oportunidades de investimentos.

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