7 passos para escolher os melhores fundos de investimento
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7 passos para escolher os melhores fundos de investimento

melhores fundos de investimento
Escrito por Focalise

Fundos de investimentos são excelentes opções para quem deseja investir no mercado financeiro e diversificar suas aplicações, mas desde que o investidor escolha apenas os melhores.

E como melhor não nos referimos a fundos que sejam, por si só, melhores que os demais, mas sim àquelas alternativas que mais se adéquam a cada investidor. Isso porque a melhor possibilidade de aplicação para uma pessoa pode ser diferente da opção mais coerente para outra.

Então, acompanhe-nos e veja quais são os 7 principais passos que deve conhecer para optar pelos melhores fundos para você!

1. Conhecer o perfil de investidor

Para escolher os melhores fundos de investimento, primeiramente você precisa entender qual é seu perfil de investidor. Esse perfil, baseado em suas características, torna as opções adequadas a determinado investidor mais claras, pois liga esses aspectos a critérios das aplicações que se encaixam a eles.

Por exemplo, alguém que deseja livrar-se ao máximo de riscos e quer poder prever o retorno de suas opções precisa encontrar as que são coerentes com essas características.

Outro fato que ilustra a necessidade de traçar um perfil é a diferença entre os objetivos de cada investidor, na medida em que existem aplicações que geram lucros maiores ou menores, da mesma maneira que os retornos podem ser esperados em prazos curtos ou longos.

Perfil conservador

O conservador é o investidor mais avesso a riscos e que mais valoriza a segurança de suas aplicações. Por isso, preza por opções de baixo risco e compõe a maior parte de sua carteira por investimentos com elas.

Outro aspecto comum entre conservadores é o fato de esse tipo de perfil não ter muito dinheiro para investir ou não contar com reservas financeiras relevantes, o que impossibilita correr muitos riscos, já que uma perda poderia inviabilizar todo o plano de investimento.

Então, o conservador tende a optar por fundos de renda fixa, pois os produtos financeiros compreendidos pela modalidade apresentam baixo risco e dão previsibilidade de lucros.

O fato de essas aplicações serem mais adequadas para objetivos de longo prazo não incomoda o investidor conservador, pois quem tem esse perfil preza pela segurança mesmo que isso signifique ter ganhos menores e/ou em prazos maiores.

Perfil moderado

O investidor moderado assume pequenos riscos a longo prazo para alcançar lucros um pouco acima da média. No entanto, se percebe que os riscos estão aumentando, logo age para se proteger, ou seja, o moderado valoriza a previsibilidade de uma aplicação, mas abre mão de previsões mais exatas para lucrar mais se o risco não for muito grande.

Por esses motivos, moderados investem grande parte do capital em aplicações de renda fixa menos previsíveis, porém que prometem ganhos maiores para a modalidade. Em partes menores, também investem em opções mais seguras e previsíveis e em aplicações um pouco mais arriscadas, como em fundos de ações.

Perfil arrojado

Por fim, temos o perfil do investidor que mais assume riscos, pois prioriza os maiores lucros e, se possível, nos menores prazos. Um aspecto que torna possível esse comportamento é a disponibilidade de bastante capital para investir, o que permite ter pequenas perdas para depois alcançar ganhos mais expressivos.

Logo, os arrojados preferem aplicar em fundos de ações, fundos multimercado e de curto prazo, uma vez que são tipos que possibilitam ter lucros maiores e até em menos tempo. Para diversificação, a menor parte do capital geralmente é investida em opções da renda fixa que geram os melhores retornos da categoria, mas que são alternativas mais seguras e com maiores prazos de retorno da carteira.

2. Entender os tipos de fundos de investimento

Por si só, fundo de investimento não é uma possibilidade de aplicar no mercado financeiro. É preciso escolher um entre os tipos de fundos de investimento, baseando-se no perfil de investidor e nos produtos adequados a ele.

Como existem vários tipos, sempre é possível encontrar aquele mais apropriado para cada pessoa, independentemente do perfil. Então, os membros dos fundos podem tanto focar em uma categoria, renda fixa ou variável, quanto diversificar pouco ou muito suas opções.

Fundos de renda fixa

Um fundo de renda fixa deve ter pelo menos 80% do capital aplicado em investimento de renda fixa, como títulos públicos ou privados e Certificados de Depósitos Bancários (CDBs). Já os 20% restantes ou menos podem ser aplicados em derivativos.

Os investimentos derivativos são produtos cuja rentabilidade varia de acordo com a valorização de outros ativos ou instrumentos financeiros. Por exemplo, um contrato futuro de dólar gera ganhos ou perdas para os investidores de acordo com a variação da moeda estrangeira. Quando um fundo investe parte do capital em um contrato desses não está adquirindo dólares mas sim direitos baseados em sua volatilidade.

Fundos de ações

Esse tipo de fundo investe no mínimo 67% do capital em ações da bolsa de valores ou opções ligadas diretamente ao mercado acionário, como:

  • quotas de fundos de índices de ações;

  • recibos de subscrição de ações;

  • certificados de depósitos das ações.

O restante do capital disponível, 33% ou menos, pode ser distribuído entre aplicações de outros tipos tanto da renda fixa quanto da variável.

Fundos imobiliários

O grande objetivo de um fundo imobiliário é gerar resultados a partir de investimentos em ativos do setor imobiliário ou relacionados a eles, que podem ser:

As aplicações feitas por um fundo do tipo podem ser tanto nos ativos imobiliários diretamente ou em opções que geram direitos sobre imóveis, investimentos para os quais pelo menos 75% do capital do fundo tem de ser direcionado.

Fundos cambiais

Os fundos cambiais investem em moedas estrangeiras diretamente ou em instrumentos que geram ganhos ou perdas baseando-se na oscilação delas — na maioria das vezes, são euro e dólar.

Essas aplicações obrigatoriamente devem ser o destino de 80% ou mais do patrimônio líquido do fundo cambial, enquanto os 20% restantes podem ser aplicados em produtos da renda fixa e derivativos.

Fundos de curto prazo

Nessa modalidade, 100% do capital é investido em títulos públicos, como os do Tesouro Direto, ou privados, como debêntures. O prazo máximo para essas aplicações é de 375 dias, o que designa o nome do tipo do fundo.

Fundos referenciados

Como o nome sugere, um fundo referenciado baseia sua rentabilidade em referências. Na prática, ele acompanha ou reproduz o desempenho de um índice específico do mercado financeiro. E 95% do capital de um fundo referenciado tem de ser destinado a essas operações.

O restante pode ser investido em aplicações derivativas, mas apenas para fazer hedge e não para gerar rendimentos. O hedge serve para contenção de riscos e para proteger o fundo de perdas. Por exemplo, ocorre quando o fundo referenciado adquire contratos futuros de dólar para venda, já deixando uma posição de venda negociada para uma data específica, o que é conhecido como hedge cambial.

Fundos multimercado

Com uma carteira diversificada, que pode unir opções seguras e arriscadas, o fundo multimercado investe o capital ao mesmo tempo em aplicações de renda fixa e de renda variável, abrangendo os produtos de todos os fundos que citamos.

Logo, o alvo central desse tipo de fundo depende das suas políticas, pois enquanto uma pode focar mais na renda fixa, outra pode admitir riscos maiores e aplicar capital majoritariamente na renda variável, incluindo câmbio e ativos balizados por moedas estrangeiras.

Além disso, o fundo multimercado pode ter opções próprias para gerar rentabilidade e outras apenas para fazer hedge e proteger a carteira, como a prática que mostramos para os fundos referenciados.

3. Definir o objetivo do investimento

Você pode ter apenas um objetivo, para determinado prazo, ou ter mais de uma meta e com diferentes épocas para serem alcançadas. Independentemente do caso, a escolha por um ou mais fundos de investimentos deve se adequar aos objetivos.

Por isso, apenas “ganhar dinheiro” não pode ser a meta de investimento, pois isso é muito amplo e subjetivo. É necessário definir critérios, como quanto ganhar, para quando, por que e como.

Por exemplo, se um dos seus objetivos é garantir que sua família tenha as mesmas condições atuais no futuro, quando você se aposentar e não tiver mais a mesma renda recorrente de hoje, precisará construir riqueza e patrimônio. E esse é um objetivo de longo prazo.

Nesse caso, bons fundos seriam o de renda fixa e o de ações, pois ambos possibilitam aplicações longas e ganhos relevantes. Na hipótese, a escolha entre um dos dois deveria levar em conta também o seu perfil de investidor.

Enquanto um conservador poderia preferir o de renda fixa pela maior segurança e grande previsibilidade, um moderado ou arrojado assumiria alguns riscos no fundo de ações para ter possibilidade de lucro futuro maior e que compensaria pequenas perdas ocorridas ao longo da jornada.

Já para um objetivo de curto prazo, que pode ser mantido junto às metas de alcance mais distante, parte do capital disponível pode ser aplicado em um fundo referenciado de curto prazo, cujos investimentos são liquidados em até 375 dias. Isso porque a possibilidade de liquidação rápida e a alta liquidez da carteira são fundamentais para esse objetivo.

4. Analisar os riscos de investimento

Todo investimento possui riscos, sejam eles maiores ou menores. E esses riscos estão associados a critérios dos próprios investimentos, das empresas envolvidas ou de cenários econômicos.

Por isso, antes de efetivamente entrar em um fundo, é necessário saber o que cada risco significa para entender se eles representam perigos reais à carteira do fundo pretendido.

Risco de mercado

Esse risco está associado a mudanças e fatos do mercado financeiro e do cenário político-econômico de empresas, do Brasil, de outro país ou do mundo.

Por exemplo, ao aplicar em ações de determinada empresa, os investidores podem ter perdas se um escândalo de corrupção interna e/ou externa ocorrer, vier a público e reduzir seu valor de mercado. Já para aplicações feitas em moedas estrangeiras ou índices associados a elas, o risco está em essas moedas se desvalorizarem.

Portanto, o risco de mercado é maior para fundos como o cambial, o de ações e o multimercado com foco na renda variável, pois suas aplicações estão mais sujeitas ao impacto de mudanças como as citadas do que as da renda fixa.

Porém, isso não significa que a renda fixa esteja totalmente imune ao risco de mercado. Por exemplo, um título público cuja rentabilidade esteja indexada à Taxa Selic pode apresentar lucro menor se o índice estacionar ou recuar.

Risco de liquidez

Liquidez é a capacidade de transformar um ativo ou direito em dinheiro. Então, quanto maior é a liquidez, maior é a capacidade de converter a aplicação em dinheiro, ou seja, resgatar ela e seu lucro. Já o risco de liquidez representa a possibilidade de, por algum motivo ou problema, o investidor não conseguir liquidar suas opções.

Quando isso ocorre, é possível até mesmo que se perca rentabilidade ou capital, pois a impossibilidade de liquidação pode permitir que uma desvalorização atinja a aplicação enquanto ela continua ativa.

Por exemplo, a liquidez para um fundo de ações pode ficar em risco se no momento que os papéis forem colocados à venda, para recuperação de capital e realização de lucro, não houver interessados em comprá-los.

Risco operacional

Esse risco é representado pelas possibilidades de fraudes, erros e outras ocorrências nas operações financeiras, que acabam prejudicando diretamente os investidores.

Em se tratando de fundos de investimentos, esse risco é muito baixo ou até inexistente, pois são dirigidos por gestores profissionais e mantidos por administradoras reguladas pelos órgãos que fiscalizam o mercado financeiro.

Risco de crédito

Assim como o risco operacional, o de crédito (quando uma instituição financeira ou outro emissor de ativo não consegue honrar os direitos dos investidores) não é uma grande ameaça para quem aplica por meio de fundos.

Isso porque quando uma instituição financeira que administra e mantém um fundo vai à falência, a sua responsabilidade é passada para outra instituição. Dessa maneira, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) garante que os membros dos fundos não sejam prejudicados nesses casos e os protege do risco de crédito.

5. Observar os prazos do investimento

É muito importante saber em qual prazo o fundo devolverá seu capital com os lucros, mas esse não é o único prazo que um fundo apresenta. Fundos de investimentos funcionam com base em diversos processos, o que torna alguns bastante complexos e outros menos.

Observar esses diferentes prazos é necessário para entender melhor como funciona o fundo escolhido e para que o investidor se organize, sem correr o risco de ser negativamente surpreendido posteriormente.

Um dos prazos é o de cotação para resgate, tempo decorrido para que as posições das aplicações sejam revertidas para o investidor em quotas do fundo no qual entrou.

Outro é o prazo de resgate: tempo que leva para a liquidação das quotas ser revertida em dinheiro na conta bancária do investidor. Assim, para um fundo menos complexo, o prazo pode ser de apenas um dia útil, já para outro com metodologia mais complicada, ele pode ser de 30 dias corridos ou mais.

Existe ainda o prazo mínimo de permanência no fundo, período pelo qual o cotista não pode liquidar seu investimento e nem deixar o fundo.

6. Verificar as taxas

Investir não exige desembolso apenas de capital para aplicar. Demanda também o pagamento de despesas diversas necessárias à manutenção do fundo de investimento, e esses valores impactam o resultado final das aplicações.

A fim de não ter surpresas e até gastos excessivos, o investidor precisa saber quais taxas estão envolvidas na participação de um fundo e, após a escolha de onde investir, os percentuais ou valores de cada uma delas.

Taxa de administração

É o valor cobrado pela instituição financeira ou corretora que administra o fundo, justamente para remunerá-la por esse trabalho.

Essa taxa tem um percentual fixo anual incidente sobre o valor total que foi investido em determinado fundo. Na prática, a cobrança é feita diariamente por meio de uma taxa chamada de equivalente, mas sem que isso gere uma taxa de administração maior para os cotistas.

Ainda existe a diferença entre administração ativa e passiva, e essa distinção interfere no percentual da taxa, pois geralmente as taxas para a administração ativa são maiores.

Taxa de performance

A taxa de performance é cobrada apenas quando o fundo supera a rentabilidade esperada. E sua incidência é balizada por um referencial constante no regulamento do fundo.

Por exemplo, ao superar determinada rentabilidade — que pode ser a média do mercado para o tipo de fundo —, a instituição financeira pode cobrar para o fundo específico 25% do que exceder o CDI. Nesse caso, se a performance atingir uma rentabilidade de 18% (simplificando a leitura do resultado) e o CDI estiver em 14%, a taxa de performance do fundo é de 1% do resultado, que significa 25% dos 4% excedentes.

Por isso, apesar de ser um custo, é desejado pelos cotistas. Para entender isso basta ver o exemplo acima, no qual a rentabilidade dos investidores foi 3% melhor do que o esperado, já descontada a taxa adicional.

Taxa de saída

A taxa de saída apenas é cobrada de cotistas que solicitam a saída de um fundo antes de terminar o prazo mínimo de permanência. Como essa prática fere uma das regras do fundo e atrapalha seu andamento, é uma forma de o investidor desistente indenizar sua administração.

7. Saber como se tornar um investidor de sucesso

Conheça o mercado

Você não pode entrar no mercado sem conhecê-lo, senão poderá se perder nele e não encontrar o que deseja.

Então, busque se informar sobre como funcionam as modalidades de renda fixa e variável, a bolsa de valores, as diferentes opções do mercado financeiro e outros fatores, assim como você conheceu as características dos melhores fundos de investimento neste texto.

É preciso saber alinhar conhecimento sobre si próprio, como o perfil de investidor e objetivos, com informações sobre o mercado financeiro. Dessa forma, é possível fazer adequações como:

  • assumir apenas os riscos adequados ao perfil;

  • escolher as aplicações que ajudarão no alcance de objetivos financeiros e patrimoniais;

  • lidar com aplicações de manutenção mais fácil;

  • saber quais instruções buscar ao contratar assessoria profissional para investimentos.

Crie um plano de investimento

Ao pensar em como investir em fundos de investimento, ter um plano de investimento é a estratégia que o investidor colocará em ação para alocar melhor seu capital disponível e conseguir chegar às metas desejadas.

Por exemplo, se o investidor tiver um grande objetivo para a sua aposentadoria e objetivos menores, que demandam menos dinheiro, para o futuro próximo, pode ter o seguinte plano:

  • colocar pequena parte do capital em aplicações de prazos menores, e possivelmente rendimentos mais baixos, e com alta liquidez;

  • alocar a maior parte do capital disponível em aplicações de longo prazo e que possibilitam rentabilidade maior, com a possibilidade de alocar mais valores nelas periodicamente.

Diversifique os investimentos

Vários motivos justificam a diversificação da carteira de investimento. Entre eles, podemos destacar:

  • redução de riscos — caso alguma aplicação gere prejuízo, apenas parte do capital é afetado. O risco atribuído a todo o capital investido é diluído entre as opções adquiridas;

  • aumento de rentabilidade — uma boa diversificação também dá mais opções de ganhos para o capital no geral. Assim, é possível ter bons resultados em fontes diferentes e ter um lucro maior;

  • segurança maior para o longo prazo — como a diversificação protege o capital e exige a aplicação em investimentos para prazos diferentes, isso ajuda o investidor a manter um patrimônio durável e crescente.

Para optar por bons fundos levando em conta seus objetivos, antes de tudo é preciso definir seu perfil de investidor. Depois, você deve conhecer quais são as características dos diferentes tipos de fundos.

Essa relação entre o perfil e cada modalidade ajuda o investidor a entender quais são os melhores fundos de acordo com suas características e suas metas, pois cada grupo de quotas destina o capital a opções diferentes do mercado financeiro.

Após esses primeiros passos, o investidor deve aprender mais sobre as escolhas feitas e questões externas diretas e indiretas a elas, como riscos, plano de investimento e despesas e taxas.

E agora que você sabe como fazer suas avaliações antes de escolher os melhores fundos de investimento, assine a nossa newsletter e continue aprendendo mais sobre aplicações e mercado de investimentos!

Sobre o autor

Focalise

A Focalise surgiu da necessidade dos investidores em ter um ambiente para o debate, educação e apoio às decisões no mercado de capitais.

Buscamos informar, orientar, educar e oferecer serviços que facilitem o entendimento e a identificação das oportunidades de investimentos.

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