CRI e CRA: por que o público de alta renda aposta nesses investimentos?
Renda Fixa

CRI e CRA: entenda por que o público de alta renda aposta nesses investimentos!

o que é cri e cra
Escrito por Focalise

Os Certificados de Recebíveis Imobiliários e os Agrícolas (CRI e CRA) começaram a entrar no radar dos investidores nos últimos anos. Eles são títulos de renda fixa, normalmente com vencimento a longo prazo e uma barreira de entrada que limita o investimento para pessoas de maior renda.

Ficou interessado no assunto? Então continue a leitura, pois falaremos tudo o que você precisa saber sobre esses ativos!

Entenda o que são os CRIs e CRAs

CRI e CRA nada mais são do que crédito securitizado. Mas o que isso significa? Para explicar, usaremos uma construtora como exemplo. Ao terminar um prédio, a construtora faz a venda dos apartamentos e assim obtém lucro, correto? Porém, como boa parte desses apartamentos são vendidos a prazo, a empresa precisa esperar o pagamento da última parcela para receber seu lucro total.

Para adiantar o processo, as construtoras podem recorrer a uma securitizadora, que basicamente fornece o serviço chamado de “antecipação de recebíveis”. Com isso, a securitizadora repassa o valor que a construtora receberia e fica em posse dos créditos a receber, ou seja, ela que receberá o pagamento dos compradores dos apartamentos.

Esse crédito é, então, repassado para investidores na forma de CRI. Estes, por sua vez, lucram com os juros do período (isso mesmo, aqueles juros que deveriam ir para a construtora na venda a prazo vão para os investidores que adquiriram o título).

No caso do CRA, acontece praticamente a mesma coisa. A grande diferença é que, em vez de o principal agente ser do ramo imobiliário, o agronegócio que atua. Assim, alguma empresa desse ramo faz o pedido de empréstimo ao banco.

Como o pagamento também é feito de forma parcelada, a instituição bancária pode pedir a antecipação de recebíveis. Dessa forma, gera-se um CRA e o credor é a empresa do agronegócio que pediu o empréstimo para o banco.

Todo esse processo é chamado de securitização de crédito. É apenas dessa forma que os CRA e CRI são emitidos, sendo as securitizadoras as únicas autorizadas a fazer isso.

Confira a barreira de entrada para CRI e CRA

Para ingressar no investimento em CRI ou CRA existem duas barreiras de entrada:

  • alguns títulos só são disponibilizados para investidores qualificados, que já têm mais de um milhão de reais investidos;
  • o investimento mínimo gira entre R$ 1.000 e R$ 5.000, apesar de haver exceções.

Essas duas barreiras limitam os CRI e CRA a públicos com mais recursos, ou seja, pessoas com maior renda e também mais experiência no mercado, já que tal aplicação não costuma ser o primeiro investimento de alguém.

Veja as vantagens dessa classe de ativos

Diante de tais barreiras, CRI e CRA seriam investimentos pouco atrativos, se não fossem as vantagens que trazem para o investidor.

A primeira delas, e mais comentada quando se fala do produto, é a isenção da alíquota do Imposto de Renda. Isso significa que o investidor, no ato do resgate de seus recursos, recupera 100% do valor investido e 100% do rendimento.

Outra grande vantagem dessa classe de ativos é que ela oferece rentabilidade atraente, normalmente acima dos demais produtos de renda fixa. Essa rentabilidade pode ser um percentual do CDI, CDI + taxa prefixada, IPCA ou IGP-M + taxa prefixada ou apenas a taxa prefixada.

Conheça os riscos do investimento

Apesar de rentável e atrativo, o investimento em CRI e CRA não é fácil de ser feito. Existem vários riscos, e o investidor precisa ficar atento para não cair em armadilhas. Esses riscos são, principalmente, de segurança e de liquidez.

Como essa classe de ativos não é fornecida por um banco, mas por uma securitizadora, eles não estão sob a segurança do FGC (Fundo Garantidor de Crédito). Nesse caso, os investidores estão sujeitos a riscos consideráveis, já que o retorno de seu investimento depende da adimplência dos clientes dos credores dos CRIs e CRAs.

Mas não é ruim como parece! Esses investimentos possuem garantias que cobrem de duas a três vezes o valor total da dívida. Além disso, a legislação brasileira obriga a securitizadora a pagar primeiro as pessoas físicas, ou seja, os investidores são os primeiros a receber.

No caso dos CRIs, a garantia pode ser o próprio imóvel securitizado, enquanto a safra pode ser usada para garantir o pagamento da dívida dos CRAs. Assim o risco dessa aplicação reduz bastante, não é mesmo?

Além disso, o investimento é a longo prazo, sendo fácil encontrar aplicações com vencimento superior a cinco anos. Não é raro, inclusive, produtos com vencimento superior a 10 anos. Isso significa que o investidor não pode depender do dinheiro aplicado em CRI e CRA para nada.

Por fim, o terceiro grande risco desse investimento é que ele não tem um mercado secundário muito rico. Então se o investidor quiser vender seu título antes do vencimento, encontrará dificuldades pela falta de compradores.

Priorize produtos com bom rating

Apesar de não ser obrigatório, os títulos de CRI e CRA podem passar pelo crivo de uma agência de rating. Essas agências avaliam o investimento e dão notas que vão de C (ou D, dependendo do ativo) até AAA. Quanto mais próxima do AAA, menos arriscado é o investimento.

Entretanto, a regra de investimentos também vale nessa modalidade de aplicações: quanto menor a liquidez e mais arriscado o produto, maior é sua rentabilidade.

Isso significa que o investidor precisa considerar se vale a pena investir seu capital em um CRA AAA e receber, por exemplo, 94% do CDI, ou se um título BBB com 97% do CDI é mais plausível para se arriscar.

Mas atenção: lembre-se de que a recuperação do investimento está associada à adimplência dos clientes das instituições que requisitaram a securitização de crédito. Por isso é necessário estudar as alternativas.

Busque a orientação de profissionais

Para investir em CRI e CRA é necessário ter conta em uma corretora ou banco e cumprir os requisitos mínimos para aplicação. Entretanto, como esse investimento tem uma série de pormenores que precisam de atenção, o auxílio de um assessor de investimentos é crucial.

Uma pessoa com experiência no mercado é capaz de analisar os riscos e as possibilidades de rentabilidade mais concreta, sempre respeitando o perfil do investidor. Isso aumenta as chances de ganho e reduz, significativamente, o risco de cair nas armadilhas desses ativos.

Por isso, se você quiser investir em CRI e CRA, não deixe de contratar a consultoria de um especialista!

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Sobre o autor

Focalise

A Focalise surgiu da necessidade dos investidores em ter um ambiente para o debate, educação e apoio às decisões no mercado de capitais.

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