Você já parou para pensar que não está fazendo seu dinheiro render da melhor forma possível? Muitas vezes, a preocupação é com a reserva de um montante mensal, sendo deixadas de lado as opções de investimento. Se você faz isso, deve começar a pensar na Renda Fixa.
Essa modalidade garante que você conquiste mais dinheiro e corra menos riscos. Essa é, portanto, a atitude mais recomendada, porque você não perde dinheiro. A questão é que se deve conhecer bem esse tipo de investimento para evitar contratempos e potencializar ao máximo o seu retorno.
Esse é o assunto que vamos explorar neste post. A partir de agora você vai entender como funciona esse tipo de investimento, quais são os tipos de aplicação que podem ser realizadas e como executá-lo.
Então, que tal saber mais? Acompanhe!
Entenda o que é Renda Fixa
Esse é um conceito relativamente simples, já que é o investimento no qual se sabe exatamente qual é a regra de rendimento no momento da aplicação. Isso significa que a tendência é haver menos riscos e mais segurança para o investidor. Afinal de contas, o retorno é previsível.
A aplicação é realizada pela compra de um título emitido por uma instituição pública ou privada, ou pelo governo. Na prática, o que acontece é que o investidor “empresta” dinheiro para essas entidades para elas expandirem suas atuações ou realizarem projetos específicos.
Subdivisão dos investimentos em Renda Fixa
A compra de um título com essa categoria de investimentos indica que você já saberá qual é a regra de cálculo dos rendimentos. Porém, a taxa pode ser prefixada ou pós-fixada.
A aplicação prefixada é aquela em que o investidor conhece a rentabilidade exata do título. Por exemplo: se você investir R$ 1.000 já sabe que receberá esse montante mais o valor do percentual de retorno, que podemos estipular como 11%. Nesse caso, você terá R$ 110 de rendimento e o valor total será de R$ 1.110.
Por garantirem o rendimento de forma antecipada (sem considerar a variação de algum indicador), os investimentos prefixados têm mais volatilidade que os pós-fixados. Isso significa que você receberá o valor acordado se mantiver o valor aplicado até a data de vencimento.
O investimento pós-fixado é aquele que não se conhece a rentabilidade em si. O que se sabe é a maneira como ela será calculada. Isso acontece porque a taxa de rendimento está atrelada a determinado índice, que pode variar ou não durante o tempo de aplicação.
Uma parte dos investimentos pós-fixados está atrelada à Taxa Selic (índice básico de juros da economia), enquanto outro percentual varia de acordo com o Certificado de Depósito Interbancário (CDI — título emitido pelas instituições financeiras e faz o lastro das transações entre os bancos).
Ainda existem os investimentos pré e pós-fixados. Essa terceira via determina que o investidor conhece parte da rentabilidade e o restante depende de determinado índice. Para ficar mais claro, um exemplo é o Tesouro IPCA+, cuja remuneração está determinada de acordo com uma taxa prefixada e com a inflação oficial do Brasil.
Riscos dos investimentos em Renda Fixa
O investidor que opta por comprar um título dessa categoria corre menos riscos, mas isso não significa que ele esteja imune. Há a possibilidade de o emissor do ativo não cumprir com sua obrigação, por exemplo. Esse é o chamado risco de crédito. No entanto, é uma situação bastante rara. É importante destacar, ainda, que o risco nem sempre é baixo nesse tipo de aplicação. Há investimentos nessa categoria que são mais ou menos conservadores, com você poderá entender melhor mais adiante neste post. Porém, essas situações são exceção.
Por fim, há aplicações que recebem a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Essa é uma instituição privada e sem fins lucrativos que tem como objetivo proteger poupadores, correntistas e investidores.
Os investimentos que contam com o FGC estão protegidos até o limite de R$ 250 mil por instituição financeira e CPF. Alguns exemplos de aplicações que contam com esse seguro são o Certificado de Depósito Bancário (CDB) e as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA).
Diferenças entre Renda Fixa e Variável
Essas duas categorias maiores de aplicações são conhecidas e precisam ser diferenciadas. A partir desse conhecimento você consegue entender qual é a melhor aplicação para o seu caso. Então, vamos lá!
No caso do ativo fixo, o cálculo da remuneração é feito no momento da contratação, o que faz com que seja mais indicado para investidores conservadores, ou seja, cujo perfil prefere manter a segurança e evitar riscos.
Já a Renda Variável é a aplicação na qual não se conhece a remuneração ou a forma de cálculo. Por essa característica, é mais arriscada e indicada para investidores com perfil arrojado.
Existem diversos tipos de aplicações em Renda Variável. Um exemplo bem conhecido é o mercado de ações, que flutua constantemente durante o período de funcionamento das bolsas de valores.
A desvantagem da Renda Variável é que o risco é muito alto e o investidor pode perder todo seu dinheiro. Por outro lado, tende a oferecer um retorno muito maior.
Diversificação da carteira de investimentos
Para equilibrar a rentabilidade, indica-se que o investidor diversifique seus investimentos. A ideia é aplicar parte de seu dinheiro na Renda Variável e a outra parte na fixa. O percentual vai depender do seu perfil como investidor. É possível, ainda, alocar os valores entre diferentes instrumentos e setores.
Essa medida visa a 3 objetivos principais:
diminuir a perda financeira e o risco geral da carteira de investimentos caso haja uma queda no setor de Renda Variável;
alcançar o rendimento máximo da carteira de investimentos devido às aplicações em Renda Variável, que tendem a oferecer maior retorno;
manter um valor reservado para aproveitar oportunidades que aparecerem na Renda Variável.
A cada semestre ou ano você deve rebalanceá-la, o que significa fazer uma análise do que rendeu mais ou menos e manter os percentuais.
É importante mencionar que a diversificação é indicada para qualquer investidor, independentemente de seu perfil. A diferença é que o conservador aplicará a maior parte de seus recursos em ativos fixos, enquanto o arrojado vai preferir a Renda Variável.
Margem de garantia
Esse é um segredo dos investidores que conhecem melhor o mercado. A margem de garantia é um recurso que pode ser utilizado para que o seu investimento em ativos fixos sirva como caução a aplicações em Renda Variável.
A finalidade dessa medida é elevar o retorno (vantagem da Renda Variável) e assegurar a rentabilidade (benefício dos ativos fixos).
Vale a pena destacar que a margem de garantia é diferente de alavancagem. Essa é o que ocorre em futuros, ações e outros tipos de derivativos. Permite que uma compra ou venda a descoberto seja efetivada. Ou seja, é possível obter certo limite para operar mais recursos e potencializar as operações.
A margem de garantia pode ser utilizada em títulos públicos e CDBs. Demais aplicações, como LCI e LCA, não possibilitam adotar essa modalidade.
Tipos de aplicação de Renda Fixa
As aplicações em ativos fixos podem ser derivadas de títulos públicos ou privados. No primeiro caso, o principal exemplo é o Tesouro Direto. Já no segundo, a emissão é realizada por financeiras, bancos ou empresas em geral.
Em quaisquer desses casos, o objetivo é que as instituições consigam obter recursos suficientes para executarem suas ações e projetos. O investidor, por sua vez, recebe os juros como forma de rendimento.
A questão é: quais são os tipos de investimentos em ativos fixos que podem ser realizados? Existem diversas possibilidades. Confira as principais:
Poupança
A poupança é um dos investimentos mais adotados pelos brasileiros, mas é o que oferece a rentabilidade mais baixa. Seu rendimento é pré e pós-fixado.
A parte prefixada oferece um rendimento de 0,5% ao mês quando a Selic estiver com um percentual acima de 8,5%. Se estiver abaixo desse índice, o retorno é de 70% da taxa básica de juros. Além disso, há a rentabilidade da Taxa Referencial (TR), que é o pós-fixado.
Atualmente não se recomenda aplicar na poupança, porque você literalmente perde dinheiro ao optar por esse investimento.
Tesouro Direto
Essa é uma plataforma do governo federal criada para negociar títulos públicos. Existem diferentes tipos, como o Tesouro IPCA+, que possui rendimento pré e pós-fixado. Essa modalidade é mais indicada para quem deseja aplicar dinheiro em longo prazo, caso da aposentadoria, por exemplo.
Outra possibilidade bastante conhecida é o Tesouro Selic, que tem sua remuneração variável conforme a taxa básica de juros.
A grande vantagem do Tesouro Direto é o valor baixo para investimento. Qualquer pessoa pode aplicar a partir de R$ 30, o que significa que esse investimento é acessível por qualquer um que queira melhorar o seu retorno.
Certificado de Depósito Bancário
O CDB é emitido apenas pelas instituições financeiras. O investidor empresta dinheiro ao banco, que, por sua vez, faz a concessão de crédito para correntistas que precisam. Em troca, o poupador recebe o valor dos juros.
Esses títulos possuem determinado prazo e geralmente são prefixados ou possuem como indexadores o CDI, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ou o Índice Geral de Preços de Mercado (IGPM). Sua liquidez (ou seja, capacidade de se transformar em dinheiro rapidamente) pode ser ou não diária.
Essa aplicação sofre incidência de Imposto de Renda (IR), que possui alíquotas regressivas, e de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nos casos de aplicações menores que 30 dias. Não existe a cobrança de taxa de administração.
A rentabilidade costuma ser maior do que outras aplicações de ativos fixos e o risco também é mais alto. Porém, há cobertura do FGC, o que traz segurança ao investidor.
Letra de Crédito Imobiliário (LCI)
Esse é um investimento cujos recursos são destinados para o financiamento de atividades imobiliárias. O investimento mínimo é de aproximadamente R$ 10 mil. A rentabilidade pode ser pré ou pós-fixada.
A atenção que se deve ter é que a emissão desses títulos depende dos empréstimos para financiamento de imóveis oferecidos pelas instituições. Portanto, se o mercado está fraco, a LCI é menos frequente.
A grande vantagem é que esse investimento não sofre incidência de IR. Por outro lado, a liquidez é menor do que a do CDB, porque sua carência é de, pelo menos, 90 dias e as que têm prazos maiores não podem ser convertidas em dinheiro até o vencimento.
Os riscos da LCI são muito baixos, porque existe a garantia do FGC e dos próprios imóveis.
Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)
Esse investimento é muito similar à LCI. A diferença principal é que o valor é destinado para operações do agronegócio e o valor mínimo a ser investido é de aproximadamente R$ 100 mil.
A aplicação pode ser pré ou pós-fixada e também possui menor liquidez que o CDB. É garantido pelo FGC e isento de IR.
Debêntures
As debêntures são títulos emitidos por empresas a fim de financiar seus projetos. A rentabilidade pode ser prefixada ou estar atrelada à inflação ou ao CDI. De modo geral, o rendimento é maior do que o do Tesouro Direto.
Os títulos possuem remuneração e datas de vencimento específicas. São negociados na bolsa de valores e têm mais riscos do que outras aplicações de ativos fixos, como o Tesouro Direto ou o CDB. Isso porque a empresa pode não ter sucesso com seu projeto.
Por isso, recomenda-se conhecer a ideia e as perspectivas de crescimento do empreendimento. Porém, vale a pena ressaltar que, em caso de quebra da companhia, a prioridade de pagamento é dos investidores em debêntures. Por isso, os riscos ainda são menores que os da Renda Variável.
Os valores necessários para investimento em debêntures também são mais altos que de outras aplicações vistas neste post. Os prazos de aplicação são mais longos e a liquidez é pequena. Além disso, não há cobertura do FGC. Essa aplicação sofre incidência de IR.
Letras hipotecárias
Esse investimento serve para os bancos captarem recursos para o financiamento de algumas linhas de crédito de imóveis. Porém, elas são diferentes das LCIs principalmente por serem emitidas somente por instituições financeiras autorizadas.
As letras hipotecárias possuem juros prefixados ou pós-fixados em Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) ou TR. O prazo mínimo de aplicação é de 180 dias. Não há um limite máximo de modo geral, mas não costuma passar de 24 meses.
A rentabilidade depende do valor nominal do financiamento do imóvel, sofrendo ajustes da variação do CDI ou da inflação. O valor para investimento é mais alto e não há muita liquidez. As datas de vencimento são predefinidas, sem chances de sacar antes desse período.
Commercial papers
Esses títulos são emitidos por empresas em geral, mas possuem um prazo curto de duração, por isso são indicados para investidores que querem fazer o saque do valor rapidamente.
O período mínimo de aplicação é de 30 dias e o limite máximo é de 360 dias. O valor obtido é utilizado pela empresa para o financiamento de seus projetos de curto prazo ou para capital de giro, a fim de comprar estoques, pagar fornecedores, entre outros.
Os commercial papers podem ter juros pré ou pós-fixados. Uma alternativa é comprar esses títulos emitidos em dólar, o que facilita para quem está buscando um investimento nessa moeda.
Esse tipo de aplicação costuma ter certo risco, porque sua garantia depende da situação financeira do empreendimento que emitiu o título.
Fundos de investimento
Os fundos de investimento são compostos por 5 categorias. São elas:
Fundo Referenciado DI: a aplicação é feita em títulos pós-fixados, especialmente da dívida pública. Sua rentabilidade está atrelada ao CDI. É mais recomendado para situações de juros altos e é a alternativa mais conservadora entre os fundos de investimento;
Fundos de Renda Fixa: uma parte dos recursos captados é direcionada para os ativos prefixados da dívida pública, por isso são recomendados para cenários em que se prevê uma queda nos juros;
Fundos de Renda Fixa Crédito: o objetivo é conseguir ter um retorno mais elevado por meio da aplicação de parte do dinheiro em títulos da dívida privada. Estes tendem a oferecer rendimentos mais altos que os públicos. O cuidado que se deve ter é o cenário de alta dos juros e a situação financeira das empresas que emitem o título;
Fundos de Renda Fixa Multi-índices: a busca é o retorno mais alto por meio do investimento no mercado de futuros de juros ou de índices de inflação;
Fundos de Renda Fixa Alavancados: os derivativos são utilizados para elevar a rentabilidade da carteira de investimentos e não há restrições de aplicação. São mais arriscados e, por isso, recomendados para investidores que desejam ter a possibilidade de ganhar mais.
Como investir em Renda Fixa
O último passo deste post é saber como investir nos ativos fixos. Você já se informou sobre o assunto e viu todas as informações de que precisa para começar. Porém, ainda falta esse aspecto.
É importante lembrar que existem diversas aplicações que são tão seguras quanto a poupança e — o melhor de tudo — possuem uma liquidez semelhante. Por isso, nada de medo de sair desse método tradicional! Invista em outras opções para ter mais rendimentos.
Como fazer isso? É simples. Basta seguir o passo a passo que vamos apresentar a você:
Abra uma conta em uma corretora
A corretora é a instituição que intermediará a sua relação com o mercado financeiro. Você terá uma espécie de conta-corrente que apresentará todos os seus investimentos e os produtos disponíveis para aplicação.
Existem corretoras atreladas a bancos e outras independentes. A vantagem do segundo caso é a possibilidade de ter acesso a uma variedade maior de aplicações. Lembre-se de analisar os valores cobrados pela empresa para fazer esse serviço de mediação.
Envie o dinheiro a ser investido para a corretora
Essa é a próxima etapa depois de a conta ser aberta na corretora. Os recursos a serem investidos são transferidos de forma simples, por meio de um DOC ou TED. Com o valor disponível, basta escolher os investimentos desejados.
Adquira os produtos da Renda Fixa
A escolha deve ser feita com base nos produtos oferecidos pela corretora. Analise conforme as informações que repassamos e considere o vencimento, o tipo da aplicação, os valores mínimo e máximo de investimento e o retorno que deve ser obtido.
Defina seu objetivo
A definição de uma meta depende de planejamento e atenção. Você pode ter diferentes objetivos, por exemplo: sua aposentadoria, uma viagem no final do ano, o pagamento da educação dos seus filhos, a compra de um carro ou até mesmo de um imóvel. Tendo esse elemento bastante claro, certamente ficará mais fácil guardar dinheiro e identificar o investimento mais adequado.
Compare rentabilidades
O retorno dos mais diferentes tipos de investimentos varia bastante. É preciso comparar o rendimento para escolher a melhor opção. Verifique qual é o prazo no qual deseja ou precisa reaver seu investimento e, então, selecione a alternativa que oferece a mais alta rentabilidade. Pondere, também, os custos operacionais, riscos e tributos.
Estabeleça indicadores e métricas
Os indicadores e métricas vão fazer com que você analise se suas metas estão sendo alcançadas. Você deve se manter controlado nas questões financeiras e ter paciência para alcançar o retorno esperado.
Proteja seu capital
A diversificação de investimentos é a melhor forma de proteger o capital. Tenha sua carteira montada de maneira adequada e comemore por ter conseguido os melhores resultados.
Como você pôde perceber, aprender a obter rendimentos mais elevados por meio dos ativos fixos requer cuidado com vários elementos e atenção a diferentes fatores. Neste guia você conheceu todos os segredos desse tipo de investimento, os conceitos que estão atrelados e viu como pode obter os maiores rendimentos.
Por fim, ainda soube como pode fazer suas aplicações e conferiu dicas que vão auxiliar nesse processo. Agora que você já está pronto para investir seu dinheiro, sair da poupança e formar um patrimônio seguro, coloque já em prática as dicas que demos aqui.
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