É bem verdade que, para quem possui o patrimônio aplicado somente na caderneta de poupança ou em uma aplicação de renda fixa de um grande banco comercial, existem opções igualmente seguras de fazer o dinheiro render acima da inflação e, com isso, garantir ganho real na carteira de investimentos.
Para ajudar você a fazer as suas escolhas de forma mais embasada, apresentamos em seguida três cenários de construção de uma cesta de ativos de acordo com o patrimônio do poupador. Boa leitura!
Onde investir 100 mil reais?
Com um capital de 100 mil reais, você já pode aproveitar aplicações com boa rentabilidade no mercado financeiro. Ainda assim, antes de bater o martelo sobre quais ativos escolher, é importante que você reflita sobre quais são os seus objetivos em relação ao dinheiro aplicado.
Afinal, conforme o tipo de uso que será feito do patrimônio, as sugestões de investimentos podem mudar. Vamos supor que uma pessoa pretende guardar dinheiro para a aposentadoria. Então, ela poderia ter uma carteira de investimentos composta da seguinte maneira:
- Certificado de Depósito Bancário (CDB) com vencimento em três anos ou mais — 30 mil reais;
- Letra de Crédito Imobiliário (LCI) ou Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) — 30 mil reais;
- títulos públicos do Tesouro Direto IPCA — 40 mil reais.
Perceba que, nessa carteira hipotética, pressupõe-se que a pessoa já tem uma reserva de emergência formada para lidar com imprevistos financeiros, além de investimentos de curto prazo para a conquista de objetivos como trocar de carro, fazer uma viagem, pagar a festa de 15 anos da filha, financiar a faculdade do filho etc.
Além disso, tal simulação de carteira é mais adequada para alguém com perfil de tolerância a risco conservador. Assim, CDBs com prazo de vencimento mais estendido possibilitam rentabilidade acima da média; já o Tesouro Direto IPCA (corrige a perda da inflação) serve para garantir o poder de compra da moeda, tão importante quando a pessoa se aposentar de fato e tiver que usar o dinheiro.
Nessa simulação de carteira, com o passar dos anos e o efeito cumulativo dos juros compostos, o seu capital tende a aumentar acima do ritmo da caderneta de poupança e, em breve, você terá que se preocupar em aprender onde investir 300 mil reais. Ainda assim, vamos de degrau em degrau, então, veja em seguida como alocar os recursos de uma carteira de 200 mil reais.
Onde investir 200 mil reais?
Com o dobro de capital em relação ao exemplo anterior, você já pode aproveitar outras possibilidades de investimento do mercado financeiro. Confira, na sequência, outra simulação de cesta de ativos, agora no valor de 200 mil reais.
- Certificado de Depósito Bancário (CDB) com vencimento em três anos ou mais — 30 mil reais;
- Letra de Crédito Imobiliário (LCI) ou Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) — 70 mil reais;
- títulos públicos do Tesouro Direto IPCA — 50 mil reais;
- fundos multimercados — 50 mil reais.
Nesse segundo cenário, o capital alocado em CDB continua em 30 mil reais. Em compensação o destinado para LCI ou LCA sobe para 70 mil, devido ao fato de essas letras serem isentas da cobrança de Imposto de Renda, o que pode favorecer o rendimento da carteira no longo prazo.
Além disso, em relação à simulação anterior, há o acréscimo de aplicação em fundos multimercados. Tal tipo de investimento pode reunir renda fixa, ações de empresas e moedas em um só ativo. Com isso, o perfil da carteira já passa a ser de um investidor moderado, que valoriza a segurança do patrimônio, mas se expõe um pouco ao risco em busca de um acréscimo no retorno do capital.
Agora, vamos supor que seu dinheiro continuou a render e, então, você conseguiu juntar 300 mil reais. É hora, portanto, de partir para o terceiro degrau. Veja, a seguir, uma simulação de carteira neste cenário.
Onde investir 300 mil reais?
Com 300 mil reais no patrimônio, o investidor pode abrir o leque de opções da cesta de ativos e, assim, aproveitar melhor as oportunidades do mercado financeiro, mas sempre com os “pés no chão”. Vamos lá? Veja só a seguinte hipótese de carteira:
- Certificado de Depósito Bancário (CDB) com vencimento em três anos ou mais — 50 mil reais;
- Letra de Crédito Imobiliário (LCI) ou Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) — 100 mil reais;
- títulos públicos do Tesouro Direto IPCA — 50 mil reais;
- fundos multimercados — 50 mil reais;
- fundos de ações — 50 mil reais.
Nessa situação, dois terços do capital da carteira ainda estão presentes em ativos de renda fixa, enquanto o terço restante exposto a certo grau de renda variável. É bem verdade que, mesmo que haja um fundo de ações na cesta, o investidor pode optar por papéis de empresas com boa saúde financeira, como as pagadoras de dividendos. Nesse caso, a carteira também fica mais adequada para um perfil moderado de tolerância a risco.
Além dos investimentos citados, existem outras aplicações que podem compor uma carteira de 300 mil reais. Veja abaixo algumas opções.
Fundos imobiliários
Sabe aquela ideia de comprar um imóvel para alugar e viver da renda do aluguel? Você pode fazer isso de uma forma muito mais simples e que não traz nenhuma dor de cabeça: investindo em fundos imobiliários.
Os fundos imobiliários (FIIs) são fundos de investimento que investem no setor imobiliário, de forma direta ou indireta. No primeiro caso, eles possuem imóveis (prédios comerciais, galpões industriais, shopping centers, hotéis etc.), enquanto na segunda situação o fundo investe em aplicações financeiras do setor, como LCI (Letra de Crédito Imobiliário) ou CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários).
Essa opção oferece diversas vantagens em relação à compra direta do imóvel:
- como o fundo investe em vários imóveis, o risco é bem menor, já que se um deles ficar vago você não perde toda a renda do aluguel;
- existe uma gestão profissional e você não precisa se preocupar nem com a parte burocrática nem com a manutenção física do imóvel;
- você começa investindo uma quantia bem menor do que seria necessário para comprar um imóvel, já que você vai, na verdade, comprar cotas do FII.
Os FIIs pagam um rendimento mensal, que é isento de imposto de renda e suas cotas são negociadas na bolsa de valores, de forma similar a uma ação.
Títulos públicos
Como mencionado na sugestão para quem investir a partir de 100 mil reais, os títulos públicos devem fazer parte da carteira de todo investidor.
No caso acima, sugerimos o Tesouro IPCA, cujos rendimentos são compostos por uma parte prefixada e outra pós-fixada. A parte pós-fixada é a variação do IPCA no período até o vencimento do título, enquanto a prefixada é uma taxa de juros conhecida no momento da aplicação.
Assim, sempre receberá mais do que a variação da inflação no período, desde que permaneça com o título até o seu vencimento, claro.
Além do Tesouro IPCA, é possível aplicar em dois outros títulos: o Tesouro Selic e o Tesouro Prefixado. O Tesouro Selic é um título pós-fixado que, como sugere o nome, paga um rendimento que acompanha a variação da taxa Selic. Ele rende mais, portanto, quando a taxa básica de juros do país está alta.
Já no Tesouro Prefixado, você receberá como rendimento uma taxa de juros conhecida no momento da aplicação. Para avaliar se a aplicação vale a pena ou não, é preciso analisar qual é a taxa de juros naquele momento, em quanto está a Selic e quais são as expectativas em relação a ela.
Por exemplo, em maio de 2019, a taxa Selic estava em 6,50% ao ano e a expectativa dos agentes do mercado é que ela chegue a 7,50% no fim de 2022. Ao mesmo tempo, um título do Tesouro Prefixado com vencimento em 1º de janeiro de 2022, estava pagando 7,41% de juros ao ano.
Assim, se as expectativas se confirmarem, pode valer a pena comprar um Tesouro Prefixado, porque você receberá 7,41% de juros a partir do momento da compra, com a Selic a 6,5%. Agora, se a taxa básica de juros subir mais do que o esperado, você ficará com uma aplicação cuja rentabilidade é menor do que a do Tesouro Selic.
Certificado de Operações Estruturadas (COE)
O COE é uma operação estruturada, ou seja, um “pacote” com alguns investimentos que, usando opções, conseguem oferecer uma proteção — total ou parcial — contra perdas. Na outra ponta, se houver lucro, o investidor reparte com a instituição uma parte dele.
A principal vantagem é que é possível investir em câmbio, mercado estrangeiro e outras opções sofisticadas, às quais o investidor pessoa física normalmente não teria acesso, com proteção contra perdas.
Por outro lado, o COE não tem liquidez diária e o investidor tem que ficar com ele até o seu vencimento.
Note que, seja qual for o tamanho do seu capital, é importante diversificar os investimentos para reduzir riscos, além de aproveitar melhor as oportunidades do mercado financeiro.
Por exemplo, enquanto CDB, LCI e LCA são títulos de renda fixa emitidos por bancos, os títulos públicos são vendidos pelo governo federal por meio do Tesouro Direto. Já os fundos de ações são compostos por valores mobiliários de companhias de capital aberto. Os fundos multimercados, como o próprio nome sugere, abrangem ativos de diferentes segmentos.
Dessa maneira, o investidor não fica preso ao desempenho de só um tipo de aplicação. Ao contrário, pode escolher várias opções do mercado. E isso pode ser feito por meio de uma corretora de títulos e valores mobiliários, que funciona como uma espécie de “loja de investimentos”, onde é possível encontrar ativos de diferentes instituições.
Assim, em um só local, o investidor pode comparar as condições de diversos ativos e fazer a melhor escolha de acordo com a própria realidade.
Agora que você já sabe onde investir 300 mil, tenha em mente que, com foco e persistência, no decorrer do tempo você se aumentará o seu capital de forma segura e estruturada.
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