Sabia que os juros reais influenciam nos seus investimentos? Eles fazem referência ao rendimento das aplicações descontando a inflação de um determinado período. Dessa forma, podemos dizer que o conhecimento desse conceito facilitará na escolha dos ativos disponíveis no mercado. Afinal de contas, a “sopinha de números e letrinhas” dificulta muitos investidores, principalmente os iniciantes.
Caso tenha dúvidas sobre o assunto e como avaliar os investimentos, continue lendo o post. Neste artigo apresentaremos o conceito de juros reais, destacaremos a importância da escolha de boas aplicações financeiras e daremos dicas de onde investir com a taxa em queda. Vamos lá?
O que são os juros reais?
Trata-se da rentabilidade real das aplicações descontando a inflação. Portanto, pode-se dizer que o juro real faz referência aos juros menos a desvalorização do dinheiro em um determinado período. Para o calculá-lo, basta usar a seguinte fórmula:
Taxa real = (1+taxa de juros)/ (1+inflação) -1
Suponhamos que você tenha escolhido um investimento com rendimento de 7% ao ano e o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) — considerado a inflação oficial do Brasil — esteja a 2,8%. Nesse cenário qual seria então a rentabilidade real da sua aplicação?
Primeiramente, você divide cada percentual por 100 e aplica na fórmula, ficando da seguinte maneira:
Taxa real = (1+0,07) / (1+0,028) – 1 = (1,07) / (1,028) – 1 = 0,0409
Nesse exemplo, a taxa de juros real é de 4,09%. Agora, você deve estar se perguntando: como chegar nesse resultado? Basta aplicar a fórmula acima e multiplicar o resultado por 100.
Qual é a importância de escolher cuidadosamente um investimento?
Por meio dos juros reais, portanto, é possível analisar se uma aplicação financeira proporcionou um ganho de poder de compra ou não ao investidor. Por causa disso, eles acabam sendo mais relevantes que a taxa nominal, ou seja, aquela contratada ao adquirir um ativo.
No exemplo anterior, vimos claramente essa diferença. A rentabilidade real é aproximadamente 42% a menos em relação aos contratados, ou seja, pouco mais da metade. Nesse cenário, é fundamental ficar alerta à escolha dos investimentos, pois a inflação pode fazer total diferença.
Os investidores que não se atentam a isso, podem fazer investimentos acreditando que estão aumentando o seu patrimônio, porém reduzirão o seu poder de compra. Isso acontece quando a rentabilidade de um ativo é inferior à inflação em certo período.
Portanto, os investimentos devem ser escolhidos de maneira criteriosa e baseados em muitos fatores, como a rentabilidade, liquidez (se precisa do dinheiro agora ou não) e os seus objetivos de vida (se deseja, por exemplo, fazer uma viagem internacional ou preparar-se para a aposentadoria).
Um dos principais pontos a serem analisados é entender os rendimentos de cada aplicação e comparar com a inflação do período. Esse conhecimento ajudará a saber se vale a pena ou não fazer um certo investimento.
Além disso, caso saiba calcular os juros reais, ficará mais fácil de escolher os investimentos rentáveis e dificilmente você perderá poder de compra, o que ninguém deseja, não é mesmo?
Onde investir com os juros em baixa?
A Selic — a taxa básica de juros da economia — está no seu menor nível histórico e vale 6,5% ao ano. Isso faz com que muitos investimentos conservadores de renda fixa (aplicações onde o investidor conhece a rentabilidade no momento da contratação) diminuam os rendimentos. Apesar desse cenário desfavorável, há algumas aplicações que saem bem nessa situação. Abordaremos sobre isso na sequência no post. Continue lendo!
Investimentos atrelados à inflação
A primeira alternativa são as aplicações que têm os rendimentos atrelados à inflação. Um exemplo disso é o Tesouro IPCA. Essa opção é benéfica especialmente se pensarmos em investimentos em longo prazo, pois o seu patrimônio estará protegido contra possíveis oscilações e diversas mudanças na economia que ocorrerão durante período na sua aplicação.
Além disso, vale ressaltar que essas aplicações sempre rendem uma porcentagem acima da inflação. Isso garante maior rentabilidade e proporcionam retorno real mais previsível ao investidor, se ele resgatar o investimento na data de vencimento do ativo. Caso seja necessário fazer a retirada da aplicação antes do período combinado, a pessoa corre o risco de perder dinheiro.
CDBs pós-fixados
Nos Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), o investidor empresta dinheiro aos bancos e recebe os juros em troca. As condições de rentabilidade, prazo de vencimento, risco e liquidez variam conforme cada ativo.
Os CDBs pós-fixados têm a vantagem de proteger o investidor contra oscilações na economia, pois os rendimentos deles sempre acompanham um dos dois indicadores:
CDI (Certificado de Depósito Interbancário): faz referência à taxa de juros para empréstimos entre bancos. O valor atual é de 6,39% ao ano;
IPCA: esse índice calcula a variação média dos preços e, por isso, é considerado a inflação oficial do Brasil.
Como já destacado neste post, o IPCA protege diretamente o investidor contra as oscilações da inflação, o que é muito positivo principalmente para aplicações de longo prazo.
O CDI, na maioria das vezes, tem um valor próximo à taxa Selic. Nos momentos de turbulência econômica e aumento da inflação, o índice costuma aumentar e a taxa para empréstimos entre bancos também.
Porém, para beneficiar-se disso escolha aplicações que rendem 100% ou próximo disso, podendo ser 98 ou 99% do CDI. Isso, porque, caso escolha um valor muito abaixo, os ganhos da aplicação serão reduzidos. Geralmente as instituições bancárias médias e pequenas costumam oferecer as melhores condições de rentabilidade.
Qual é a importância da diversificação dos investimentos?
As pessoas que diversificam os investimentos protegem o seu capital contra possíveis perdas e ainda têm uma carteira preparada para enfrentar diversas turbulências e oscilações na economia que podem ocorrer no caminho. Vale, portanto, aquele ditado popular: “nunca coloque todos os ovos na mesma cesta”.
Os juros reais são um dos principais fatores que você deve se atentar na escolha dos investimentos. Por meio deles, é possível saber se a rentabilidade da aplicação proporcionou ou não aumento do poder de compra. Além disso, fica mais fácil diferenciar quais são os investimentos que valem a pena dos que não fazem sentido.
Está com alguma pergunta sobre como funciona os juros reais? Deixe o seu comentário no post e ajudaremos a esclarecer as suas dúvidas em relação ao assunto!